Milhares de pessoas no mundo todo passam fome, entretanto, o desperdício de alimentos acontece desde sua produção até na nossa cozinha, demonstrando a necessidade de se rever conceitos e atitudes em relação a esta situação. A fome é um problema que assombra grande parte dos habitantes do planeta e para solucionar esta questão não basta aumentar a produção de alimentos por intermédio da ampliação da área plantada ou pelo aumento de safras, fazendo-se necessário que se tomem atitudes relacionadas também com o controle dos desperdícios. O ciclo de desperdício de alimentos começa no campo, continua no transporte, na armazenagem e na comercialização, para se fechar na cozinha do consumidor. Enquanto isso, milhares de pessoas padecem na fome e na miséria. Outrossim, faz-se necessário aqui fazer um parêntese entre a relação fome e desperdício de alimentos, visto que mesmo se fossem tomadas medidas de controle como parte de uma política agrícola, além de uma campanha para melhor utilização no preparo e consumo de alimentos, não estaria assegurado um maior acesso desses gêneros aos famintos. Isto porque o custo e o consumo de alimentos dependem de variáveis sociais e de mercado que determinam o acesso da população aos alimentos. São elas: a concentração da terra e da renda, o desemprego e as desigualdades do desenvolvimento econômico, agravantes dos mecanismos das iniqüidades regionais, todas, produtos de um processo de desenvolvimento desigual e excludente para a maioria. Assim sendo, a relação entre desperdício e fome nacional, tem sua razão de ser, visto que acredita-se ser possível diminuir o preço dos alimentos se esta margem de perdas fosse exterminada dos cálculos de produção, levando a um barateamento dos alimentos, porém, não se tem a pretensão de resolver o problema da fome no Brasil ou no mundo, simplesmente resolvendo a questão dos desperdícios alimentares, por outro lado, não é possível conceber o desperdício onde a fome ainda existe. O desperdício é um mal que precisa ser combatido por todos e iniciado, preferencialmente dentro da própria casa. Não se consegue grandes mudanças mundiais apenas pensando-se globalmente com projetos mirabolantes. Grandes mudanças do comportamento universal começam de forma humilde, com o exemplo próprio. Pensar globalmente – agir localmente. Cada um faz a sua parte e o grande resultado se constrói.